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Publicado em 7 de Dezembro de 2023

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AMÉRICA LATINA JÁ NÃO É A MESMA!

Minha percepção sobre a América Latina é outra. Mais de 1200 pessoas reunidas no Panamá, discutindo sobre os temas: ética, integridade, riscos, compliance, governança corporativa, PLD/FT, Inteligência Artificial, Proteção de Dados e mais!


por

GLADES CHUERY





O Panamá, frequentemente reconhecido por sua exuberante biodiversidade e seu icônico canal, tem feito progressos significativos em outras áreas, provando ser muito mais do que apenas um destino turístico. Nos últimos anos, o país tem demonstrado um compromisso firme com a promoção da governança, gestão de riscos, compliance e, mais especificamente, com a prevenção à lavagem de dinheiro, branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo.





Para comprovar ist

o, no mês

d

e outubro u

́ltimo, fui convidada pe

l


a


Asociación de Ofic

i

ales de Cum

plimiento

de Panamá (ASOCUPA



)


para apresentar um t

ema que n

o Brasil

já é muito conhecido:



Segurança, privacida

d

e de dado

s e intel

igência artificial. O Congresso teve como tema central “Fortalecer a Cultura de Compliance numa Perspectiva Estratégica e Operacional



um evento de extrema i

mportâ

n

cia no c

ombate global às atividades ilícitas nesta matéria. Temas como Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo, tiveram grande destaque, pois é sabido que os países da América Latina têm esmerado esforços na busca em combater a todos os


crimes.




De modo geral, a América Latina

t

em vivenciado um

crescente interes

se e preocupação com relação aos temas de Governança, Riscos, Compliance e PLD/FT (Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento do Terrorismo), gerando cada vez mais interesse de inúmeros profissionais acerca do



tema.



Essas questões têm ganhado cada vez mais

r

elevância em toda a Ame

́

rica Latina, à medida que

as empresas, instituições financeiras e governos reconhecem a importância de estabelecer práticas sólidas de governança corporativa, gerenciamento de riscos e conformidade com regulamentações inte

rnas


e exter


nas.



Durante o período em que estive no Panamá, viven

ci

ei momentos intensos e tive

a oportunidade de dialogar com

importantes figuras, incluindo o presidente do Banco de Fomento do Panamá, diretores de diversas organizações privadas, Compliance Officers (em inglês), representantes de instituições governamentais e, além disso, pude conhe- cer diversas iniciativas em andamento na América Latina voltadas para promover os princípios da ética, integridade, governança corporativa, conformidade e outros temas rele- vantes. Uma experi



ência única. 





PRIVACIDADE E PROTEÇÃO DE DADOS E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL



Podemos sim dizer que estamos vivendo uma “nova era”, a er

a da inteligência artificial (IA), que t

r

ouxe consigo uma série de avanços tecnoló

gic

os que estão transformando a forma como vivemos, trabalhamos e interagimos com o mundo ao nosso redor e até como nos

diver


timos.




Ao abordar o tema da Inteligência Artificial ao público pa- n

am

enho, também foi necessário dissipar algumas

i

deias já “preconcebidas”, tai

s c


omo:

“A IA substituirá o ser humano em atividades cruciais” ou “A IA roubará meu emprego”, frases que também são frequentemente ouvidas aqui no Brasil.


Bem, vencido este desafio, trouxe à baila algumas questões que ta

mb

ém são desafiadoras e mais complexas que esta

̃o

relacionadas à privacidade e proteção de dados

. A

̀ medida que os sistemas de IA se tornam mais onipresentes, é crucial discutir como podemos equilibrar o progresso tecnológico com a preservação dos direitos individuais, isto

é,

a privac


idade de da


dos pessoais.



A privacidade e a proteção de dados são pilares fundamentais de uma sociedad

e d

emocrática e justa. Elas garantem que os indivíduos te

nh

am controle sobre suas informações pessoais e proteção c

on

tra o uso indevido de seus dados por qualquer outra pessoa ou empresa. À medida que a IA se torna mais integrada em nossas vidas, a quantidade de dados coletados e processados por sistemas de IA também aumenta exponencialmente. Isso levanta preocupações significativas sobre como esses dados são ut

iliza


dos e p


rotegidos.






DESAFIOS NA ERA DA IA: DA COLETA AO USO RESPONSÁVEL


Como sabem, no Brasil, já temos em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais,

(Le

i 13.709/2018), que trata sobre os aspectos mais amplos dos da

dos pessoais, desde a coleta de dados pelas corporaç


ões.



Sistemas que operam com a IA dependem de grandes conjuntos de dados para aprender e melhora

r suas habilidades. Isso muitas vezes envolve a coleta de dad

os pessoais, que pode ser desde históricos médicos, registros

f

inanceiros as nossas preferências de consu

mo.





Fato é que a coleta excessiva de dados pessoais pode comprometer a privacidade das pessoas,

e

specialmente quando não são devidamente protegidos, o que e

́

de responsabilidade das corporações

que o


s tem.



Mas o que vamos fazer? Evitar o uso de sistemas de IA? Temê-la? Na verdade, não, o grande desafi

o

está em garantir o uso responsável dos sistemas de IA. A auto

ma

ção e a capacidade de tomar decisões independentes desses sistem

as

podem ter implicações significativas para os direitos humanos, como o acesso igualitário a serviços, oportunidades e justiça. É essencial que a IA seja desenvolvida e us

ada de ma


neira ética


e equitativa.






O QUE TENTAMOS EXPLICAR E EXPOR?


A ética e a transparência são fundamentais para garantir a confiança nas tecnologias de IA. As corporaço

̃es d

evem ser transparentes sobre como coletam, usam e compartilham dados. Isso i

nclui a divulgação de algoritmos e a explicação de como as decisões s


ão tomadas.



Além disso, como boa prática a privacidade deve ser incorporada desde o início do desenvolvimento de sistemas de IA.

Is

so significa que as considerações de privacidade devem ser parte integrant

e do


design do sistema, (privacy by design, conforme a Lei 13.709/2018), em vez de serem tratadas como uma reflexão tardia.




CONCLUSÃO


Como reflexões finais, que servem também para nós brasileiros, é fazer uso da inteligência artificial, sempre com

o vie

́s de oportunidades, para melhorar a qualidade de vida, impulsionar os progressos emp

resariais e otimizar ne


g

ócios.



No entanto, é essencial abordar as preocupações relacionadas à privacidade e proteção de dados de forma proativa. Isso

envol

ve a colaboração de governos, organizações, desenvolvedores e usuários para garant

ir qu

e a IA seja usada de maneira ética e responsável, respeitando os direitos e a

dignid


ade de todos.




Uma coisa é fato, a proteção da privacidade e dos dados pessoais não deve ser suplantada em nome dos avanços tecnológicos, mas sim

integ

rada como um componente central do desenvolvimento e uso da

IA.

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Sobre o Autor

Glades Chuery

Glades Chuery

Diretora de inovação

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